Adaptado do Câmera 2
Cultivadores e comerciantes bolivianos de folha de coca querem que empresas como a Coca-Cola deixem de usar o nome da "folha sagrada" em seus produtos e que a planta seja declarada patrimônio do povo boliviano.
Para isso, líderes dos produtores, comerciantes e consumidores da folha formaram a Comissão da Coca, segundo a agência Ansa. A entidade pediu à Assembléia Constituinte do país que o produto seja preservado e incorporado ao brasão nacional boliviano.
Ao mesmo tempo, pediu que a coca fosse retirada da lista da Convenção Única de Entorpecentes das Nações Unidas. Os membros da comissão decidiram "exigir que as empresas internacionais retirem o nome da folha sagrada de seus produtos", diz uma resolução enviada à Constituinte.
A comissão afirma que a nova Constituição do país deveria ter um artigo em que o "Estado reconhece a planta originária, ancestral e milenar da coca como patrimônio cultural e tangível, cujo nome científico corresponde a Erithroxylum coca, em todas suas variedades, como um recurso natural econômico, renovável e estratégico, bioenergético". Segundo a comissão, com esse artigo, o Estado "preservaria esse recurso nutricional e medicinal fundamental para a segurança alimentar, mediante a pesquisa científica".
Para a presidente da comissão, Margarita Terán, "o governo e as organizações sociais deveriam empreender uma campanha internacional para valorizar a folha de coca". "Sabemos muito bem que a Coca-Cola compra a folha na Bolívia", disse.
O argumento para que a folha de coca seja incluída no brasão nacional é o de que a planta é um "símbolo cultural, elemento cerimonial sagrado de integração andino-amazônica, símbolo de constância, economia popular, resistência e coesão social".
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